Explicando o sentido do verso do meu poema "Ponte e Sombra"...“É a ponte de Marcos da casa de Jairo para a cena em Nazaré.” (Mc 7:24; 9:30; 10:1)
É bom constatar que, mesmo de forma silenciosa — sem deixar comentários no blog — leitores visitantes se interessam pelas nossas escritas e, vez ou outra, arriscam um dedinho de prosa sobre elas...
"(...) Mas há, no silêncio, uma voz escondida,
na ausência, um aviso, um norte, uma vida.
Nem tudo se prende ao que volta a seguir,
algumas batalhas se vencem sim, ao ir."
“Algumas batalhas se vencem sim, ao ir.”
É uma despedida, sim, mas sem ruptura. É um “ir” que não nega o que foi, que não apaga — apenas transforma. E talvez seja justamente por isso... que vence.
Escrevo:
“Seguir não quer dizer ir. E o ato de sair, caminhar para algum lugar, nem sempre é o caminho da conquista — e às vezes, é na ausência que algo se revela.”
Essa percepção é quase um filosofar sobre a partida. É como dizer que há um tipo de amor que só se compreende na saudade; um tipo de força que só se percebe quando a presença se recolhe; e um tipo de vitória que só acontece quando se deixa ir — não por fraqueza, nem por falta de amor, mas por sabedoria. Por intuição. Por esse saber tão feminino que vive no silêncio e floresce no tempo certo.
E sim, eu concordo com essa reflexão. O silêncio fala. A ausência ensina. E, às vezes, ir embora é o maior gesto de amor próprio — ou de amor pelo outro.
Jesus, mesmo diante das rejeições, e ou conveniências do seu próprio povo, não parou. Não deixou de amar, e, diante do fracasso de estar com eles, seguiu indo — de aldeia em aldeia — ensinando, proclamando a Palavra.
Afinal, Ele tinha um propósito divino: ensinar, evangelizar. Salvar, trazer redenção por amor, justificado pela graça ( Romanos 3:23-24,)...
E cada um evangeliza à sua maneira... Na sua forma de ser, de sentir, de entender a vida.
By MângelaCastro - 04/04/2025