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quarta-feira, 30 de abril de 2025

PIMENTA NO AR...Dilma Rousseff e o preço da verdade: uma reflexão sobre a educação, a memória e o Brasil


Embora toda esta distorção política social, "ainda estou aqui", para passar um pouco do que aprendi estudando por conta e risco, quem somos nós afinal?

Em tempos de narrativas distorcidas e memórias seletivas, é urgente resgatar a verdade, pelo menos para mim 😌. Dilma Rousseff, e fazendo o seu raio "X", resultou-me em uma mulher culta, marcada psicologicamente pelas violências sofridas na ditadura, o que deixa bem aparente algumas vezes no seu jeito peculiar de se expressar, por conta de um silêncio abusivo, e por uma castração cultural e de liberdade de expressão no seu tempo de estudante, ora, convenhamos, não tinham o que "se tem hoje", o direito de pesquisar, se informar melhor, temos vastas bibliotecas, embora muitos livros de histórias queimados, rasgados e jogados no lixo, direito resposta, de passeatas, de expressar-se, de firmes propósitos com a democracia conquistada, sem precisar sermos violentados em nossos direitos, ou violentos contra nós mesmos por ignorar a própria história, conhecer, se informar melhor, estudar, isto é ter responsabilidade social com a paz, com a democracia, assim, como tantos outros jovens de sua idade, foi corajosa e profundamente honesta, este é um comentário atemporal, e livre de partido político, mas uma séria questão sociopolítico cultural, de desinformação, até mesmo de minha parte à época, mas leio, procuro biografias, estudo os acontecimentos, assisto e leio jornais, e tiro minhas próprias conclusões, não me deixando afetar por posicionamentos políticos, e ou partidários, haja vista que há muitos interesses particulares.

Desde a Constituição Federal de 1988, temos o direito à livre expressão, e procuro exercê-lo com responsabilidade e discernimento. Ao refletir sobre o papel da mulher na construção da democracia brasileira, lembro daquelas que, com coragem e dor, enfrentaram o bom combate — como disse Paulo de Tarso em sua carta a Timóteo (2Tm 4:7-8). Paulo, antes perseguidor em nome de um regime opressor, tornou-se símbolo de transformação ao ouvir, em sua consciência, uma voz que o despertou. Assim também deve ser conosco: cabe à nossa consciência nos confrontar e revelar quem somos. Cada um tem sua história, sua verdade, sua justiça. Paulo tornou-se referência de mudança sem violência, apenas com palavras e ações voltadas ao bem comum. Jesus, por sua vez, foi um líder pacífico que atravessou fronteiras pelo amor e pela inteligência, mesmo sem compactuar com as leis do Império Romano. Dilma, como tantas cidadãs brasileiras, carrega marcas de uma história difícil. Lá fora, é reconhecida. Aqui, muitas vezes, relutamos em reconhecer nossas próprias lutas e identidades, como se nos negássemos a ver o valor da nossa própria trajetória.

Ela, Dilma Rousseff, torturada durante a ditadura militar, isto é fato comprovado, entre tantos mais universitários à época, intelectuais, por lutar pela democracia, ela sofreu na pele este duro sistema ditatorial, resistiu com dignidade, e sua trajetória jamais deveria ser desonrada por discursos vazios ou pelo despreparo histórico e político de parte da população.

É doloroso perceber que boa parte da sociedade brasileira ainda não compreende o que foi a ditadura — seus mecanismos de repressão, controle e manipulação do saber. O sistema educacional, até hoje, carrega marcas profundas desse período, quando aprender a pensar era perigoso, e o conhecimento era conduzido por interesses de poder, não pela liberdade.

Dilma é uma liderança que conhece a ditadura não pelos livros, mas pela pele. E, ironicamente, foi desmoralizada pelo próprio sistema que ela, em outras fases da vida, enfrentou. Não por falta de preparo — mas pela falta de preparo de muitos que a julgaram. Por isso, mais do que defendê-la, é necessário compreender o que ela representa: resistência, dignidade, e a luta por uma democracia verdadeira.

Recordo-me da escola no tempo da ditadura. Cantávamos hinos, respeitávamos hierarquias, aprendíamos a calar. Mais tarde, quando estudei para ser professora, já no magistério, recordo-me de Laudo Natel, então governador, chegando de helicóptero à minha cidade. Tudo parecia organizado, embora frente à nossa bandeira do Brasil e do Estado de São Paulo, hasteadas, cantando juntos o hino nacional, belíssimo, choro quando o canto, sinto-o adentrar em mim, mexe com todas as minhas emoções, e acredito com muitos outros brasileiros, mas era em verdade o momento, um silêncio cheio de ausências: ausência de debate, de consciência política, de liberdade real, de petições verbais, ele o governador passou por nós, e nos mantivemos em posição de sentido frente a ele e à nossa bandeira, silenciosamente.

Hoje, tantos confundem liberdade com desrespeito, crítica com destruição, e resistência com violência. Mas não é assim que se constrói um país justo. Uma sociedade desperta precisa de direção, de educação sólida e crítica — não de slogans ou extremismos.

A verdade é que o Brasil ainda paga o preço por não ter feito da educação sua prioridade. Sem memória, sem história e sem reflexão, seguimos tropeçando em equívocos repetidos. Mas ainda há tempo. E esse tempo começa quando nos recusamos a apagar da história quem lutou para que hoje possamos falar livremente.

Dilma Rousseff não é apenas um nome: é uma página viva da história brasileira que precisa ser lida com respeito. E nossa missão, como educadores, escritores, leitores e cidadãos, é garantir que essa página não seja rasgada — mas compreendida.


By MângelaCastro - 30/04/2025

Observação, hoje faz um ano que nossa mãe Antonia, partiu para casa de Deus, hoje, eu falo também em seu nome, que passou pela ditadura, em estado de viuvez, trabalhando com uma árdua luta, educando seus filhos, matriculando-os em escola estadual, conquistando sua primeira carteira profissional assinada, que temos ainda guardada. A ela e tantas outras lutadoras do bem, dedico esta postagem... Salve nossa Pátria Amada, Brasil de nós mesmos ...






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QUE AMOR É ESSE?

  “O mérito não consiste em fazer nem em dar muito, mas antes em receber, em amar muito! Santa Terezinha   (por MângelaCastro) 🌬️ Um vento…...