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sexta-feira, 13 de junho de 2025

" ...“O Crucificado nos Olhos da Amizade”

A presença d'Ele revelada no olhar de quem nos chama de volta…


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Ontem, trocando impressões com uma querida amiga pelas redes sociais, relembramos nosso caminho na fé. Sua filha, que antes era uma jovenzinha entrando na puberdade, hoje é uma bela mulher. Seguimos nossas jornadas, participamos de celebrações, buscando uma “vida plena”, cada uma cumprindo suas etapas.

Em dado momento, ela me disse:

“Maria Ângela, sinto saudades de você. Por que não vem participar de uma celebração conosco, uma Eucaristia?”

Meus olhos marejaram. É emocionante saber que alguém sente falta da nossa presença. Pensei comigo:

“Jesus, que cruz é essa que me imponho?”

Ela se referia ao caminho neocatecumenal, do qual estou em modo "pause" há algum tempo — como já fiz outras vezes, movida por minhas insatisfações, inconstâncias e buscas incessantes. Em cada recomeço, me pergunto: o que procuro?

No fundo, sei bem a resposta: destinos não cumpridos, um vazio que não se preenche, um direito de ser e fazer que se perde no tempo. Novos acontecimentos me arrastam e me abraçam, e assim a vida segue, deixando o passado para trás.

Embora não seja Semana Santa, para mim parece ser — atravesso dores profundas, paixões incontidas. E, enquanto passo por meus “campos santos”, percebo que, sozinha, tudo se torna mais lento e difícil.

Hoje, lembrei-me de um canto milenar, um alerta para mim e para os povos dos últimos tempos:

“Ai de ti, Betsaida; ai de ti, Corozaim.”

Este pensamento reflete o desejo do bem em nosso meio. Encoraja-nos a refazer caminhos, renovar esperanças e abraçar oportunidades de vida.

Com ele, inicio esta manhã, desejando-lhe um bom dia. A vida germina, incontestavelmente, e nos chama a construir o futuro, que já começou.

Reflito sobre todos os que foram perseguidos e crucificados ao longo da História — assim como sobre nossos sofrimentos cotidianos: lutas internas, incertezas, intemperanças, buscas incessantes por verdades incompletas, perdas de entes queridos.

Segundo Santo Agostinho, eles seguem conosco, apenas mudando para uma via paralela. Essa certeza consola — mas nem todos a têm. Afinal, são mistérios de Deus, que inevitavelmente doem.

Que essa dor nos converta. Que nos transforme para melhor, desperte-nos e amadureça nossos corações, como os frutos em suas estações.

Se não for assim, como veremos o Crucificado? Aquele que, após três dias, se apresentou em corpo, espírito e pensamento?

A dor não deveria existir. Mas dói.

Dói também pela desumanidade e pelo medo que tingem o mundo com cores sem beleza.

E, diante da miséria humana que atormenta milhões de seres criados para a felicidade, não podemos permanecer indiferentes.

Ai de nós se fecharmos os olhos às sete cores do arco-íris!
Não apenas ao verde, que no Tempo Comum simboliza a esperança, o amor, a fé e a paz —
mas também à coragem, à perseverança, à solidariedade, à resiliência, à bondade e à partilha que a vida nos ensina.

Ainda assim, muitos permanecem cegos à verdade que se descortina… mas não se vê.

Na esperança de que a vida se humanize, rogo para que as bem-aventuranças, como no Sermão da Montanha, prevaleçam como verdadeira justiça.

E que, a cada amanhecer, renovemos nossa fé no mundo do nosso único Deus — Pai, Filho e Espírito Santo.
Amém.

— MângelaCastro, 10/06/2025



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ENTRE CURVAS E DESCAMINHOS ...PALAVRAS CURAM!

💧 Até nos descaminhos, a vida encontra nascentes. Uma palavra pode mudar destinos, uma amizade pode refazer caminhos. Que nossas palavras s...