Josué 1:9
O gavião real, gira, dá rodopios, canta alto, espera...
A andorinha "sozinha" o segue com olhos globular
Circula, sem invadir, olha e amacia a tez, sorri
Um sorriso leve, como a espreitar sinuosa espera...
O gavião real com garras firmes e fortes, a pega de surpresa,
Gira, gira no espaço, o mundo parece parar, só existe eles...
Num breve espaço de tempo, ele solta a andorinha....
E segue seu voo, livre e circular....
Bom dia!
Foi mais ou menos assim, ontem, quando a convite de minha irmã, Margareth, meu filho e eu, rumamos para o espaço "Morada do Capiau!
Quando chegamos ainda eram poucas as pessoas, nos acomodamos bem próximos ao palco, onde seria realizado o show de Moacir Franco, aliás, quem é dos anos 70/80 ...
em grande escala naquele tempo, de adolescentes, que o bem reconheceria nos dias atuais, com sua voz belíssima, forte, grave às vezes, tirada do fundo de suas entranhas, não sem antes passar pelo seu e nosso coração, embalava-nos nos bailes e sua voz ecoava pelo salão .... Um romântico, é bem sua característica, alegre, brincalhão, tocava e toca-nos ainda, como o dedilhar de uma viola chorosa, as nossas raízes mais profundas ...
Recordo bem pelos seus shows na televisão com seu filho um dos mais velhos, na época devia ter uns 8, nove anos de idade o chamava de Guto, era um menino lindo, carismático como o pai, enquanto cantava, ele abria as mãozinhas e dizia com olhinho pedinte, olhando para o pai: "Tutu na mão de menino"! É claro que naquela época pouco entendíamos a profundidade e o significado desta frase, e ríamos da meninice dele, seu jeito engraçadinho, hoje, bem sabemos, como funciona o sistema, e muitos meninos ainda circulam pelos semáforos das grandes metrópoles, pedindo... "Tutu na Mão de Menino"!
Ele cantou, nos encantou, nos animou, e depois saiu pelo grande salão da morada do Capiau, lugar este em Franca, que apesar de já ter alguns anos, ainda não havia tido o prazer de conhecer, já havia tentado algumas vezes de ir em almoços de domingo, mas nunca dava certo, este foi o momento de estar presente, coisas de Maria, para quem não conhece ainda, é um espaço de restaurante e para shows, em maioria músicas sertanejas, e o show iniciado, Moacir, vez ou outra dava giros, de um lado para o outro, e enquanto percorria o espaço, a galera em maioria da "melhor idade", 👀😄o tocava, queria sentir de perto seu ídolo, e ele humilde, embora ligeiro, cumprimentava a todos e brincava... Até que, já chegando ao final do show, desceu do palco e fez outro giro pelo ambiente, os fãs se enlouqueciam, deu voltas e mais voltas, como um gavião real, espreitando a andorinha "sozinha" quando de repente, se aproximou de onde estávamos sentados, olhando em minha direção, disse: _____Ei, você! Venha, estendendo as mãos para mim.... Surpresa, e claro, feliz por ter aquele prazeroso momento, ser uma escolhida para valsar com ele, rápido me levantei, dei-lhe as mãos e me deixei conduzir em um rápido passo de valsa, a rosa ...
O mundo lá fora se autodestruindo, e nós, bem, nós brasileiros, estamos nos reconstruindo, e de formas bem legais, de paz, amor, fraternidade, e muita música boa... Vem comigo...
Claro, me emocionei, como todos ali que compartilharam deste prazeroso e feliz evento ... Foi bem sei, um momento único, e de sonhos e boas recordações, que brotaram como rosas primaveris, rápidas ao pensamento, do meu passado de adolescente romântica, para o agora, instantâneo, uma mulher madura, com muitas experiências vividas, grandes aprendizados, eu em particular, fechando a noite estelar, com chave de ouro, valsando com nosso ídolo dos anos 70, meu, de nossos irmãos, e de nossa mãe, agora, dando voos altos e circulares pelo céu, envolvida por essa imensidão infinita de amor azul celestial, uma candura do branco, sobrepondo os penedos da vida, da pureza d'alma, nosso destino final ....
Mas, tudo muito bom, tudo muito bem, o que muito me emocionou também, nesta noite especial, foi quando o proprietário do lugar, que também fiquei surpreendida, se não me falha memória Marcos, o seu nome, antecipou o show esperado da noite, nos conclamando a todos que levantássemos e fizéssemos uma oração de gratidão pelo momento, muitas famílias ali presentes, pais dos anos 70, 80, com seus filhos como eu, e netos, tinha sim, alguns adolescentes presentes, e isso é belo, a continuidade do que é bom, da nossa musicalidade, raízes com moda de viola, que antecedeu o show do romântico Moacir Franco, que canta a vida e se expressa exatamente como ela é na sua visão, dentro de um contexto humanizado, paixão, pura poesia são suas letras, verdadeiro, sincero, eterno, nossas culturas musicais, que ainda vicejam por inúmeros espaços pelo nosso Brasil, bem lembrado por Moacir Franco, e todos juntos com Marcos, nos direcionando, oramos um Pai Nosso e uma Ave Maria, é claro que lágrimas umedeceram meus olhos, ali naquele momento de gratitude, veio nossa Mãe biológica no pensamento, era uma fã incondicional também de Moacir Franco, que também iniciou seu show cantando a Ave Maria, pronto estava aberta a conexão, e fechando o mês de Julho com grande emoção, uma florada belíssima de notas musicais ...
