Bom diaaa...
Esses dias tenho me sentido com o pavio aceso rss. Uma chama que queima mas não se consome, pode até diminuir às vezes, mas basta um leve soprar e ela volta mais forte e brilhante...
É como se um fogo interno me percorresse inteira, escorrendo pelos poros, queimando sem consumir. Um calor que sobe pela espinha e me deixa em calafrios — desses que não assustam, mas lembram que estou viva.
Acordei com o coração em festa. Não uma festa qualquer, dessas ensaiadas. Festa da vida, da pele que arrepia, do olhar que encontra, do amor que acontece do jeito que dá — com remendos, tropeços, mas amor, ainda assim.
Hoje celebro o reencontro. Esse, nosso, tão imperfeito, mas real. Celebro você, celebro o amor que a gente aprende a viver com passar dos anos, amor que às vezes acolhe, outras vezes rejeita, ou sei lá, se reprime, mesmo com os medos, ou sem muito entender, as palavras mal ditas, os silêncios que não vieram de dentro de mim.
Falando em silêncio... "O silêncio é ouro", já dizia o Provérbio 17:28. E como essa frase ecoa forte nos dias de hoje. Mas, confesso, ainda não aprendi esse precioso segredo.
Consagro a boca, peço calma, mas minha língua e meu coração parecem ter vida própria, e se exalta. Quero gritar o que sinto, cantar o que vibra aqui dentro. Consagro meu corpo, mas sem uma entrega total, Consagro meus ouvidos, para ouvir dizer-me: "te amo de janeiro a janeiro" :) , Consagro tudo o que sou, e também o que não sou.
Esses dias assim, em que sinto o coração como que saindo da caverna, seguro nas mãos a vela, que me revela e me tira da escuridão, voltando a bater forte, dias intensos mesmo — uma mistura de dor e beleza, é como vejo esses dias, embora faltem chuvas para germinar, não para apagar o pavio aceso rs... Como se a gente reaprendesse a respirar, a amar, a se ouvir.
Não sei calar o que pulsa.
Não consigo reprimir o que transborda. Ai me pergunto: Será que encontro quem me queira assim, um ser intenso em tudo que faz, sem meio medidas, sem muitos trejeitos... rss ?
Talvez, no fundo, esse seja o jeito que encontrei de existir no mundo:
dizendo, amando, festejando, querendo, gladiando com tudo que não me agrada, ou não me convence — mesmo que a festa, às vezes, seja só minha. É como se uma voz amiga ecoando no espaço vazio, dissesse-me:
"Essa é a nossa Maria"!
Esses dias assim, em que se acende de esperança — uma mistura de dor e beleza, né? Á beleza que irradia da hóstia no altar, como se eu reaprendesse a respirar, a amar, a se ouvir, voltar novamente a acreditar. E embora seja triste constatar, que posso me decepcionar de novo, de novo, e de novo, mas aprendizados não vem com palmas de ouro, nem vinho, nem vela, vem mesmo acompanhado de dor, uma estranheza, um certo mistério, sem perder a vontade de ir em frente, a coragem, como as frias e escuras vielas de meu interior me faz sentir ...
Bem sei que sempre faltará um pedaço de mim mesma, para completar o mosaico da vida, e como sempre me alertava Padre Antonio Carlos da São Benedito, e nunca me esqueço, mas não obedeço rss ___"Isso, conte tudo viu"? risos....e você aí morto de curiosidade, me lê, e põe-se a saber o que sinto, pode num de repente qualquer, que não é qualquer coisa, ser esse meu "pedacinho de céu"! ...
By MângelaCastro, 11/03/2025