Bom dia caros leitores, leitoras queridíssimos!
É inegável que viemos de um passado transformado, ajustado para os tempos atuais. Apesar das controvérsias que o envolvem, o passado assemelha-se a um papel carbono: com ele, delineio os contornos de sua essência e das imagens que brilham em meu olhar distante. Esse olhar, voltado para um horizonte sem fim, revela que, mesmo diante da verossimilhança do passado, posso alterá-lo e redesenhá-lo, adequando-o às necessidades do presente.
Hoje, ao refletir sobre essas transformações, algo ressoa em meu coração: é o Dia de Nosso Senhor. Nesse dia, abro as portas do coração e permito que Ele entre em minha vida. Assim como o papel carbono, antigo, mas essencial, a presença Dele se mantém viva e real, iluminando meus passos e renovando meu propósito.
Como Jesus transmutou
Quem O vê, com olhar de fé e sabedoria,
também pode transmutar.
Mesmo as marcas reviradas
de um passado enobrecido
deixam impressa sua dor.
Na lágrima, o equilíbrio,
no sorriso, o amor impresso.
Rabiscos em poesias...
Carbonados lentamente
pela natureza suplicante.
Talvez a mim dissestes:
— As sensações do que sente,
da repulsa pela dor,
trazem impressa a imagem
das lutas e do fervor.
Então, respondo, cansada:
Das tantas auroras vividas.
— Não sei, só sei que traço
meus dias em compasso,
infringindo o dissabor...
Nos ares que me sufocam,
já não encontro conforto:
nem no abraço,
nem no perfume de uma flor.
By Mângela Castro - 06/08/2023