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domingo, 9 de março de 2025

..."ENTRE MEMÓRIAS, ESQUEÇO OS SILÊNCIOS"


Desejo-te um bom dia de domingo...

Sim, desejo bom dia, e é para este dia, que nasce com o coração fazendo cócegas de alegria!

Uma manhã que desperta em sintonia com a madrugada orvalhada de carinho, atenção, desejos.

Ontem, entre tantas mensagens de afeto e bênçãos renovadas, senti um vazio. Se não fossem as redes sociais, estaria na minha solitude — que não é ruim, mas pode soar falsa. Que mulher não deseja um afeto para si, um abraço, um beijo, flores no Dia dos Namorados, no Dia da Mulher? Quem diz que não, mente. Queria estar junto, brindar um bom vinho. Mas, de algum modo, me fiz esquecida no tempo.

Não por maldade dos entes queridos, dos amigos, dos amores que passaram deixando saudades. Eles voltaram, um e outro. Um convite para uma conversa, uma ligação, um almoço familiar, uma amiga que ressurge do tempo e me tira do sofá para um café.

A culpa? Talvez seja minha. Convites não faltam. O que me falta é coragem. Voltar a acreditar que ainda há braços prontos a me acolher. Mas as perfídias do caminho doeram fundo e me deram a solidão como presente. Um querer esquecer. Um dessabor. Um desacreditar.

E acreditar que ainda posso ser feliz, mesmo no pouco — que nunca me satisfaz — tem sido um desafio. A internet ilude, faz parecer que falam conosco, quando há milhares ouvindo, lendo, se reconhecendo. Alguns se arriscam, marcam presença… e podem se decepcionar. A mensagem não era para um, nem para outro. Era para todos. Como a voz de Deus que ecoa — me alcança, mas não me pertence.

E então me faço crer. Para renascer. Para amadurecer. Para crescer no espírito. Para ser o balançar das ondas no mar… Mas será só isso que desejo? NÃO! Quero mais. Quero sonhos vivos. Quero que falem comigo, diretamente, sem ruídos. Quero um diálogo sem eco, mas com voz. Com verdade.

E sigo me achando poeta. Ou talvez apenas escreva minhas sensações. Como nesta madrugada, em que, pela janela, vi primeiro uma camionete vermelha (fictícia, diga-se). Um homem moreno, semblante austero, um rosto desconhecido, ele não me olha, mas sei que está ali por mim, apenas um sentir. Não me agrada. Meu instinto rejeita o momento.

Então, como um passe de mágica, vejo outro rosto também desconhecido. Desta vez, um belo rapaz, camisa esporte social azul, em um fusca da mesma cor. Ele passa. Não me olha. Mas, através da vidraça, algo estremece dentro de mim. Ele me quer, eu sinto. Amor, desejo, alegria. Cócegas no coração. Mas sei que é apenas um sentir. Uma película fina diante dos meus olhos. E fico ali, inerte. O automóvel segue, e só resta a sensação de renovação. A vida passa pela janela sem que eu ao menos pisque…

E acordo com um mar de amar dentro de mim.

Por mais que me boicote, não estou esquecida.

E desejo – e bem sei desejar – que esta madrugada se estenda para uma vida inteira. Com seu jeito, seus trejeitos, atenciosa, formosa, às vezes faceira. Rica em harmonia, singela no expressar. Como uma perfeita donzela, comigo sempre, viva, em sintonia…

Um forte e audaz abraço de Mulher para você, que não me esqueceu.

Como meu cachorrinho Beethoven, que pulava na janela só para eu notar sua presença. Eu ria, vendo a pontinha do seu focinho… Mas também passou. Ficaram apenas memórias.



BY Mângela Castro, 09/03/2025


ENTRE CURVAS E DESCAMINHOS ...PALAVRAS CURAM!

💧 Até nos descaminhos, a vida encontra nascentes. Uma palavra pode mudar destinos, uma amizade pode refazer caminhos. Que nossas palavras s...