O PEQUENO FRANCISCO: UM NASCER DE NOVO...
(Relato de um sonho vivenciado por MângelaCastro, 22/04/2025)
A semana que passou foi intensa. Muitos pensamentos cruzaram minha mente — alguns como ventos passageiros, outros como âncoras que me faziam parar e refletir. Entre esses pensamentos, uma vontade antiga se fortaleceu: ver o Papa Francisco em Aparecida do Norte.
Cheguei a fazer reserva com uma senhora que levaria romeiros da de Franca e região. Por coincidência — ou não — ela morava bem perto da nossa casa, o que me transmitiu certa segurança.
Conversei com meu filho e decidimos:
— Vai sim, mãe. A senhora sempre quis vê-lo de perto.
Estávamos até nos programando para uma viagem curta ao Vaticano, mas percebemos que aquele não era o momento. E então surgiu essa oportunidade em Aparecida — achei que a hora tinha chegado. Preparei a maleta de viagem, estava empolgada, pensando: "Agora vai"...
Só que não.
Na noite anterior à viagem, fui surpreendida por uma febre alta — uma gripe me pegou de jeito, mesmo vacinada. Meu filho achou melhor eu não ir. Concordei, pois eram dias de muitas chuvas intensas, fortes, frias...
Liguei para a responsável pelas reservas e desisti, na última hora.
Mais tarde, assisti a uma breve homilia do Papa na internet. Ele dizia:
— Vai saber, Deus tem dessas coisas!
Tomei para mim aquelas palavras. Talvez não fosse mesmo o momento.
Seguimos, meu filho e eu, com a ideia viva de irmos ao Vaticano um dia — com foco e propósito.
Mas, ainda assim, ficou aquela sensação...
O Papa cansou de Esperar por mim — prepotência da minha parte (risos), mas a verdade é que ele foi... e eu fiquei na vontade.
Deus sabe de todas as coisas.
E nós, em nossa santa ignorância... apenas devemos seguir adiante, cumprindo seu Tempo.
Logo após o domingo de Páscoa, meu neto passou em casa. Estava no carro com os pais, e fui até ele entregar seu ovo de chocolate, posto que esteve por aqui, mas eu estava na missa das 17 horas na Catedral, que foi celebrada pelo pároco Rogério, gosto da serenidade que ele passa, suas homilias profundas, e ao mesmo tempo aproveitei do ensejo para agradecer a Deus, por ele ter ido visitar nossa mãe no hospital no seu leito de dor, para dar extrema unção, minha mãe sempre foi muito devota de Nossa Senhora, ela a chamava de __"maezinha", e quando lá chegou ela tinha acabado de falecer, fez então a oração de entrega de seu espírito, foi um momento íntimo, em família, de muita oração e dor de despedida, e por este motivo meu neto e eu, nos desencontramos, mas ele voltou mais tarde para deixar o pai, tinham saído para passear no domingo de páscoa. E ele todo prosa ao me avistar, foi logo contando que tinha ganhado outro ovo enorme, parecido com o coelhinho — gesticulando com as mãozinhas:
— Maria Angela E NOR ME1!
— Vixe! — eu disse. — Você vai levar o ano todo pra comer esse ovo! E ele, com a segurança de quem entende do tempo:
— inteligente que é, fez a conta rapidinho na cabeça, dando a resposta na hora, um ano não, Maria Ângela, mas exatamente oito meses!
Rimos todos da sua esperteza na resposta rápida da matemática. Eu teria contado nos dedos rss com certeza!
De repente, ele me fez um pedido inusitado:
— Maria Ângela, chega a cabeça mais perto. Quero te dar um beijo na bochecha.
Todos se entreolharam, surpresos. Ele tem sete anos e nunca havia me pedido isso, nem mesmo quando recebia presentes, seja aniversário e ou natal, eu é que estou sempre o puxando para perto de mim e o beijando na cabeça, abençoando-o nas despedidas. __Rápido __, então, me abaixei na janela do carro, e aproximei meu rosto, para receber o beijo. Ele fechou os olhinhos, me beijou e disse:
— Toda noite, antes de dormir, faça uma prece.
Mais uma vez, todos se olharam, como se algo transcendesse aquele momento.
Entrei e comentei com meu filho:
— Não foi o Neto... parece uma mensagem espiritual, alguém se despediu e me aconselhou. Meu filho respondeu: ___ Só coincidência mãe! E no dia seguinte, Papa Francisco partiu para a morada do Pai.
Foi ele? Não sei. Coincidência? Talvez. Mas o fato foi notório... e surpresa, estupefata, vi a notícia pela TV, e saí correndo para dizer ao meu filho, o Papa Francisco faleceu!!!
Mas não parou por aí. Na madrugada seguinte, sonhei.
Vi uma criança de uns dois meses de idade. Seu semblante me lembrava o do Papa Francisco, com um leve e suave sorriso no rostinho.
Eu a segurava nos braços, como se segura um bebê mesmo.
Seu rostinho estava sujo, com muitas pintinhas, tipo barro espirrado nele. De repente, começou a regurgitar água. Muita água. Sabe aquelas fontes que teem estátuas de anjos crianças, jorrando água pela boca, então, era assim que a criança no meu colo fazia. Era como um funil por onde a água saia.
Preocupada, tentei mudar a posição do bebê nos meus braços, mas a água não cessava, tinha momentos que eu achava que ele iria se afogar com toda aquela água, fiquei um pouco aflita com aquela cena.
Olhei para uma jovem senhora sentada à nossa frente, parecia que estávamos em uma grande sala. Tinha cabelos acobreados, encaracolados até os ombros, uma aparência europeia. Suas pernas finas, alongadas, as cruzava com elegância, observando a cena com serenidade.
Assustada, olhei para ela como quem clama por ajuda. Ela apenas disse:
— Fique tranquila. É assim mesmo...
— Como assim? Olhe quanta água! — eu insisti.
E ela, calmamente, repetiu:
— É assim mesmo. Daqui a pouco passa...
Continuei tentando proteger o bebê, virando-o de um lado para outro. Por momentos, parecia que iria se afogar.
Então, resolvi colocá-lo de lado sobre um colchão.
A água cessou. Ele me olhou, e havia um sorriso em seu rosto.
Olhei para a mulher e disse:
— Viu? Parou!
E ela, serena:
— Eu te disse...
Acordei tranquila. Era quarta-feira, o dia do velório de Papa Francisco.
E aquele bebê... aquele rosto...
O mesmo, não me saia do pensamento, então resolvi escrever.
Não foi a primeira vez que sonhei com rostos adultos, falecidos, em forma de bebês, e eu as segurando no colo, como se quisesse protege-las. Mas dessa vez, algo se revelou em meu coração: o renascimento, talvez sugestionada pelo momento de páscoa...
Lembrei-me das palavras de Jesus a Nicodemos:
"Em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus." (João 3:3)
Nascer de novo.
Renascido em espírito.
Vivificado com Cristo.
"Quando vocês estavam mortos em pecados, Deus os vivificou com Cristo..."(Colossenses 2:13-15)
Naquela água jorrada, havia limpeza, e fluidez.
Naquele bebê, um renascer. Uma vida nova.
Naquele beijo do meu neto, uma mensagem deixada.
E em tudo isso, uma certeza fica de aprendizado para mim: a vida se renova na fé. Como nos exorta em,
Eclesiastes 3:2
A vida cumpre seu ciclo, toda noite morremos para ela, nosso espírito então livre das amarras do jarro que lhe prende, voa pelos céus, em grandes aprendizados, para depois junto com as manhãs podermos renascer, tudo tem seu tempo, seja para cumpri-lo ainda na terra, seja no tempo de Deus no seu reino... é vida que germina infinitamente... e que Papa Francisco lá do céu, cumprindo seu ciclo, continue nos olhando e cuidando de nós e do nosso planeta! Amém? Amém. Aleluia!
By MângelaCastro . 24/04/2025
