A vida e o tempo fluíram como uma fonte de água viva....
Era mês de junho, lá fora, caia a madrugada fria, o lamento do
vento era o que se ouvia afora ... e
cá dentro, na velha casa assobradada, hora e hora, uma senhora, dizia___ a
criança já está quase afora, tudo seria silêncio não fosse o uivar dos ventos
fazendo a janela balançar, unidos aos gemidos da parturiente, que se misturavam
e se confundiam. Conta-se a história que nos áureos tempos, dava-se à luz em
casa e ou nas velhas Santa Casas. Mas naquela fria madrugada, longe de tudo, e
do olhar humano, dar-se ia à luz da aurora que se anunciava lá fora. E, cá
dentro, hora em hora, se ouvia os passos rápidos de uma senhora, que na urgência
da hora se movimentava, fazendo-se estridente, enquanto lá fora, um cheiro
úmido do chão que emanava, aproximava da hora, e a criança já se fazia notada,
nasceria ela, no andar de cima, da velha casa assobradada. Onde a janela dá
vista para o telhado, naquela hora, tudo parecia encantado. O sopro do vento, o
suor da parteira, o esforço da jovem mamãe, enfim o acalento dos braços no enlaço
do abraço.... Nasceu uma menina anunciando o alvorecer que não haveria de se esconder
naquela manhã fria, o sol viria, morno, mas aquecedor, vinha chegando, com o
choro de uma menina, a madrugada fria, já se ia, junto com o vento, sem lamento
e lá dentro, hora em hora, indo a velha senhora, abrir a janela, com o soprar
do vento, para que adentrasse o recinto fechado até aquela hora. Enquanto afora,
se sentia, um cheiro úmido do chão e do orvalho que esfriava as verdes
gramíneas do relento da aurora....E o vento, bramia sobre o telhado de uma velha casa assobradada, estava ele dando boas
vindas àquela menina, tudo seria silêncio, se o vento se calasse e o ranger de
um sobe e desce dos degraus de uma escada amadeirada, firmes eram, e levavam a
parteira já acostumada com esse sobe e desce, daquela velha escada, afora a
natureza dormia, e pessoas recostadas em seus travesseiros ainda sonhavam, mas
ali, a vida se fazia desperta, prestes a nascer, com o novo dia que ressurgia, tudo
pronto, para o parto no quarto.... A parteira sorria e dizia para a parturiente:__calma
querida, a criança já está despontando para essa manhã, entre gemidos e uivos
dos ventos, que se misturavam naquele momento, nascia, uma criança franzina, de
pele morena avermelhada, pouco cabelo, de olhos fechados, sem ver a luz do dia,
nasceu, quando a parteira suada dizia, ____é uma menina! E com a sua tesoura
enferrujada, por longos anos de trabalho, cortou o cordão umbilical, não para
sempre, entregando-o envolto em um pedaço de pano, para a avó e o pai da
criança, dizendo toda sorridente, ___é bom enterrá-lo no pé da bananeira, para
trazer fortuna e prosperidade, crendices, que vez e outra persiste no tempo. Aí que frio! Gemiam todos com os dentes à
mostra, enquanto isso na parte de baixo da casa, ardia o fogão de lenha, a
flagrar no estalar das fagulhas da madeira chorava a
chaleira com água, e o fogo doía. Enquanto lá no andar de cima, fechadas no quarto, era oferecido o primeiro
mamar, toda embrulhada, ressonava, e a avó da menina acomodada aos pés da cama
dizia,____ lá fora Antônia, a mãe da menina, ____está muito frio, como é bom nesta
hora o agasalho do lar deitando o olhar na criança, ternura feito do coração ligeiro, abrasado, de amor e mimo!! Enquanto mãe e filha, prazidas, aconchegadas,
aquenta o leito. Cordão umbilical cortado, agora, é uma por si, e Deus
por todos naquela velha casa assobradada! E a partir daquele momento a vida
seguiu e o dia nasceu em paz! Sessenta ponto...depois, muitos memoráveis tempos,
continuam a contar os dias, horas frias, horas aquentadas pelo sussurrar dos
ventos ...
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By MângelaCastro – 30 de junho de 2023