Com respeito e esperança
🌷 Mângela Castro – 29/05/2025
Diante das reações à postagem sobre o discurso em defesa da ministra Marina Silva — um ato de reparação não apenas à ela, mas a toda mulher, seja política ou cidadã comum, senti necessidade de esclarecer que minha intenção não foi político-partidária, mas humana e espiritual.
Vivemos tempos desafiadores. E como cristãos, ou simplesmente como pessoas que buscam evoluir, aprender com os erros e agir com mais consciência, somos chamados a reagir não com ódio ou paixões partidárias, mas com moral e empatia.
Sou católica apostólica romana, mas sempre mantive diálogo respeitoso com outras crenças, através da Dimensão Ecumênica que fiz parte em nossa Diocese.
Tenho familiares e amigos espíritas kardecistas, evangélicos, e outros dogmas, fui voluntária em uma casa de sopa espírita e diretora de uma creche espírita — Eurípedes Barsanulfo — na cidade onde cresci. Como bem enfatiza Divaldo Franco, há afinidades que nos unem na missão de compartilhar o amor com responsabilidade social.
A Constituição Federal garante liberdade religiosa, e acredito que todas as doutrinas têm algo valioso a ensinar. Com meu filho, assistíamos juntos às palestras espíritas, porque sei que a sabedoria também se revela no outro.
Nenhuma fé deve se comprometer com partidos, é fato, mas promover justiça, combater o preconceito e cultivar o respeito fazem parte do compromisso de quem busca viver o Evangelho. E não será contra atacando que galgaremos os degraus evolutivos, mas amando respeitando e cooperando com nossas boas obras e pensamentos.
Se um discurso público defende a dignidade de uma mulher ofendida em sua honra e fé, devemos enxergá-lo além da política — como um gesto moral, ético e humano.
Jesus nos ensinou a amar, inclusive os que julgamos serem nossos algozes. Se nao conseguimos faze-lo por conta de nossas fragilidades ainda tão humanas, então, que possamos ao menos nos esforçar para respeitar a dificuldade no aprendizado e no amor, que tem o outro(a), só assim a paz poderá voltar a reinar no meio de nós outros. Kardec disse que o verdadeiro espírita se reconhece pelo esforço em domar suas más inclinações — inclusive o rancor político. "Que atire a primeira pedra, quem nunca errou nesta vida" já que estamos fadados ao esquecimento do que fizemos no passado, ora, para que viemos nesta, se não aferir o pretérito mal vivido, e aprender a amar e cultivar boas sementes?
Tenho profundo respeito por todas as doutrinas com que tive o prazer de conviver — seja como catequista ou educadora que fui, ou através de minha profissão. Nestas tratativas, pude perceber e aprender a respeitar as decisões alheias, mesmo não sendo as vezes coniventes com elas, e muitas vezes percebi que numa só família, convivem diferentes crenças. Mas a base continua sendo um só Deus, e um só Mestre, às vezes até com denominações diferentes que na essência é mesmo: Jesus.
Somos um campo fértil de sementes diversas — culturais e afetivas — prontas para germinar. Que os ensinamentos de Jesus, sempre com uma visão espiritualizada e social, nos conduzam ao amor verdadeiro: aquele que respeita o próximo como desejamos ser respeitados.
A expressão "fé sem caridade é morta" é uma citação bíblica encontrada em Tiago 2:26, que diz: "Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta"1. Isso significa que a verdadeira fé deve ser demonstrada através de ações e obras que refletem a crença em Deus. A fé sem obras é considerada morta, pois não resulta em frutos ou demonstrações de amor ao próximo.
By MângelaCastro - 29/05/2025