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segunda-feira, 16 de junho de 2025

Entre a Cruz e o Espelho: Por que ainda tememos a diferença?

 

✍️Mil dúvidas eu tivesse, mil respostas eu daria ...

Como alma fragmentada, tento alçar altos voos — mesmo com asas feridas. Voo em direção à liberdade: de agir, de expressar, de simplesmente ser. Apenas eu, sem muita acomodação, sem infringir leis... Apenas vivendo o tempo que me foi destinado. 

Ora, estas não eram dúvidas novas — eram antigas, mas estavam acordadas. Como se, enquanto eu dormia, elas tivessem se agitado no escuro e agora me chamassem para conversar.

Pensei em Jesus.

Não no símbolo que criamos com os séculos, mas no homem que caminhou entre outros homens.
Naquele que olhava nos olhos, tocava feridas, sentava-se com os malvistos e ousava dizer que o Reino de Deus não era um palácio, mas um estado de coração.

Ele foi morto.
Não por roubar, não por matar, não por mentir —
mas por pensar diferente.

Jesus viveu o risco de ser livre numa sociedade acostumada com grades invisíveis.
Ele propôs uma política social de encontro, uma espiritualidade de comunhão, um amor que não se submetia aos dogmas do poder.
E isso foi insuportável.

Dois mil anos depois, o eco daquela história ainda se faz presente.
Basta alguém se pronunciar nas redes — falar de justiça, acolhimento, desigualdade — e pronto: surgem vozes afiadas, insultos disfarçados de opinião, monstros tenazes que dormiam sob a pele de perfis pacíficos.

Por que tanto ódio ao diferente?

Talvez porque o diferente seja um espelho.
E olhar-se de frente exige coragem.

Somos educados a temer a sombra. A rejeitar o que não entendemos.
Mas esquecemos que até o verme tem papel na vida: ele decompõe para que algo renasça.
Talvez também devêssemos olhar o "mal" com mais humildade — ele, às vezes, é o mestre mais difícil, porém mais revelador.
E a dor, se bem compreendida, ensina mais do que mil manuais.

A evolução não se dá apenas nos saltos de luz.
Às vezes, é no mergulho no lodo que descobrimos a essência do bem.

Ainda vivemos cercados por cruzes: julgamentos apressados, violências simbólicas, cancelamentos seletivos.
Mas talvez seja hora de descer dessas pedras e voltar a caminhar com o outro, como Jesus fez — lado a lado, sem medo da lama nem da luz.

Porque, no fim, a verdadeira santidade pode estar em acolher o que é diferente em nós... e no outro.

Por MângelaCastro - 16/06/2025

Reflexão no Amanhecer

📣 Vamos dialogar?
Sua opinião, mesmo diferente da minha, é bem-vinda.
Deixe seu comentário abaixo — sem pedras, mas com olhos atentos e coração aberto.

Enviado por MângelaCastro em 16/06/2025

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Entre a Cruz e o Espelho: Por que ainda tememos a diferença?

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